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FAAULN – Porto

Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada Norte | Porto

Tornar apto, capacitar, preparar, autorizar...
Os temas da unidades curriculares de Projeto do 2º e 5º ano desenvolvem trabalhos em torno da temática da habitação, experimentando duas abordagens condizentes com o programa curricular de cada ano.
O segundo ano investiga as possibilidades da casa além da casa na procura de soluções de partilha habitacional e urbana organizando satélites de uma “casa-ampliada”, numa utilização mais intensa da cidade infraestruturada, diluindo limites e ultrapassando barreiras urbanas.
O quinto ano explora modelos de reabilitação do património construído, habilitando-as às necessidades e possibilidades do habitar contemporâneo em três cenários distintos - um bairro operário, uma fábrica e uma casa burguesa.

Ideas

Cidade Como Casa

Ricardo Vieira de Melo
Sérgio Amorim
Alexandra Saraiva
João Cardoso

Cidade Como Casa pretende estimular uma visão alargada do tema habitacional e doméstico, enquadrando-o na sua história e sentido fundador da prática arquitetónica.

Tal como em outros momentos da nossa história comum, a realidade atual antecipa um futuro próximo com o qual Habitar e Arquitetura terão de lidar e integrar um conjunto alargado de mudanças e alterações que se acentuarão nos domínios da família, do trabalho, dos transportes, da energia, dos materiais e do clima; ao mesmo tempo que pretendem salvaguardar as suas persistências – proteger, guardar e libertar.
Antecipar as respostas da arquitetura é sempre um exercício de especulação formal, funcional e até emocional. A proposta a apresentar pretende explorar a noção de habitar estendida além dos domínios do privado, na utilidade de sociabilizar, partilhar e tornar mais sustentável o uso urbano. Passando pela possibilidade de usar o ‘chão da cidade’ e os equipamentos existentes como lugares habitáveis, de maior permanência e procura, serão propostos modelos de habitar que permitam integrar cenários da ‘casa além da casa’ gerando um novo espaço urbano com equipamentos e serviços partilhados enquanto satélites de uma ‘casa-ampliada’, potenciando uma utilização mais intensa da cidade infra-estruturada, diluindo limites e ultrapassando barreiras urbanas.

Nesse sentido propõem-se 2 exercícios de complexidade crescente que exploram as diferentes possibilidades do habitar doméstico em contexto multifamiliar e urbano. Serão abordadas as questões fundamentais do desenho de espaços habitacionais, propondo a visita aos temas: Segurança e Conforto; Público e Privado; Contexto e Integração; Flexibilidade e Perenidade; ‘Genius Loci’ e ‘Zeitgeist’; Exposição e Clausura; Comum e Íntimo.

Se o programa doméstico é a base para o entendimento das relações entre espaços servidos e servidores, da hierarquização, da organização e controlo dos fluxos - circuitos e circulações - que dão vida à habitação, mas também à cidade, o espaço urbano é, cada vez mais, o suporte para um conceito de Habitar além da esfera doméstica.

Habitar os lugares do passado | Reabilitação, reconversão e reúso do património construído de Matosinhos

Miguel Malheiro
Alexandra Saraiva

O programa conjuga a reabilitação do património construído com os desafios contemporâneos do habitar. O Património é parte de uma cultura, suporta-a e transmite-a, mas simultaneamente ele também é, culturalmente (e socialmente), redefinido e construído. O maior valor (material e imaterial) do património centra-se no seu contínuo contributo para a recriação social e cultural, para a forma como pensamos, como criamos raízes recíprocas, como interagimos uns com os outros e como podemos, eventualmente, encontrar a felicidade. Com este programa pretende-se ultrapassar o conceito de passado como coleção de sítios e objetos especiais, mas antes compreender o processo pelo qual os objetos escolhidos, e as várias associações que têm para aquelas comunidades e para nós, as memórias que contêm e as narrativas que suportam, podem moldar o futuro que podemos imaginar e criar, dar felicidade a quem neles habita e possa vir a habitar.

Assim, o tema é de natureza patrimonial e prevê a realização simultânea de um projeto e uma investigação sobre a transformação dos lugares cujo significado cultural instauram a identidade e a memória coletivas da comunidade de Matosinhos, em três lugares específicos:
1. A Fábrica de Conservas Vasco da Gama do séc. XX, com a sua reconversão num programa habitacional para albergar famílias;
2. O Palacete do Conde de São Salvador, do séc. XIX, onde se pretende a sua reabilitação para espaços comuns e a construção de um edifício para coabitação de cidadãos séniores no seu logradouro;
3. O Bairro da Caixa de Previdência da Indústria Têxtil, do séc. XX, do arquitecto Germano de Castro Pinheiro, com a regeneração do espaço público e a reabilitação das habitações.

O trabalho desenvolve-se com o apoio dos técnicos do município e os habitantes do bairro.