ISCTE
Instituto Universitário de Lisboa
Em resposta ao programa Mais do que Casas o Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU) do Iscte pretende dar continuidade às reflexões e iniciativas desenvolvidas no decorrer das várias acções e iniciativas. Desafiamos o DAU a reflectir sobre o tema a partir de um texto, publicado recentemente no Diário de Notícias, de Luís Castro Mendes: 'Como habitar poeticamente o mundo?'
Apontou-se para uma participação alargada e abrangente, naturalmente aberta a todas as áreas de conhecimento envolvidas no departamento. As diversas propostas e reflexões a desenvolver, envolvem professores e estudantes de todos os anos do Mestrado Integrado. Os resultados finais das propostas serão apresentados numa projecção áudio visual.
Ideas
ESCALA REAL
Gabriela Gonçalves
Mafalda Sampayo
Miguel Gomes
O envolvimento da unidade curricular de projecto do 1.º ano, Arquitetura II, materializa- se na elaboração e construção do espaço expositivo do DAU – Iscte. O trabalho será desenvolvido no âmbito do Exercício 'Escala Real', habitualmente implementado no início do 2.º semestre. A proposta expositiva será ajustada ao espaço atribuído ao ISCTE.
A CASA PRIVADA E PÚBLICA
Mónica Pacheco
Teresa Madeira da Silva
A unidade curricular de Arquitetura III (2.º ano) desenvolverá uma refleção e apresentará propostas sobre os atuais desafios da habitação e do espaço público na construção de uma de uma sociedade livre e plural. Neste sentido, propõe-se a realização de um projeto de arquitetura que ensaie uma reflexão alargada sobre estas questões. A proposta deverá estudar as vantagens e estratégias de densificação da cidade consolidada e seus potenciais de ocupação e expansão (ocupação de lotes obsoletos, degradados ou devolutos, ampliação ou extensão do existente, preenchimento de interstícios) e, simultaneamente refletir sobre a ideia de 'cidade compacta', em particular no que concerne as relações entre habitar/trabalhar. Espera-se dos alunos o desenvolvimento de uma abordagem critica à condição do habitar contemporâneo, a definição de um programa de habitação, em função de um determinado cenário de encomenda, e a materialização deste num objeto arquitetónico, propositivo relativamente a um futuro próximo, procurando a consolidação e qualificação do tecido urbano.
UMA CASA PARA TODOS
Pedro Mendes
As unidades curriculares de Arquitetura V e Arquitetura VI (3º ano) desenvolvem-se centradas no tema da habitação, propondo uma abordagem crítica das relações entre a escala da cidade e da casa. São exploradas as possibilidades das continuidades, descontinuidades e transformações, das formas de habitar individual e colectiva.
São pesquisados os programas que operam na complexidade da condição urbana a diferentes escalas, a relação com o meio ambiente em geral e com as particularidades da unidade individual de habitar. São desenvolvidas as interacões das relações entre a parte - unidade habitacional e o todo - edifício residencial. São desenhadas possibilidades flexíveis de habitar que consigam receber, adaptar e transformar os desafios da vida das pessoas de hoje e de amanhã. Ambiente, sustentabilidade, flexibilidade, integração, paridade e liberdade, são alguns dos materiais a considerar.
A acção desenvolve-se a interrogar os territórios, a sua história, a sua memória e a sua identidade. Desenha-se com o que existe, na descoberta de novos caminhos. Ler, interpretar, desmontar o real e projectar, descobrindo a ligação entre as coisas. Olhar a partir do existente e “... fazer com pouco, com quase nada.”
Lacaton, A; Vassal, J. Philippe 2006.'Arquitetura é um ato de generosidade'
REGRESSANDO À CIDADE HABITACIONAL DA DÉCADA DE 1970
João Maria Trindade
José Maria Cumbre
Nuno Caetano
Paulo Tormenta Pinto
Pedro Pinto
A proposta pressupõe um trabalho analítico e de projeto sobre a integração urbana de conjuntos habitacionais produzidos, na área de Lisboa, ao abrigo das políticas públicas lançadas da década de 1970, antes e depois da Revolução de 25 de Abril. Para lá da ‘habitação’, esta proposta de trabalho pretende refletir sobre o sentido do ‘habitar’. Neste contexto interessa-nos abordar a relação dos bairros com os tecidos urbanos envolventes, trazendo para cima da mesa, as questões do espaço público, dos equipamentos de proximidade e dos locais de partilha da comunidade. O trabalho será também uma oportunidade para estudar o pensamento de Nuno Portas que, enquanto coordenador do Núcleo de Pesquisa de Arquitetura, Habitação e Urbanismo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, entre 1962 e 1974, produziu trabalho investigação sobre temas relacionados com a morfologia da cidade, estabelecendo cruzamentos com as ciências sociais, na fronteira da disciplina de arquitetura. Passadas cinco décadas desde o lançamento de conjuntos habitacionais, lançados ao abrigo de programas do Fundo de Fomento da Habitação, do SAAL, ou da EPUL, interessa-nos voltar aos locais onde foram edificados, com o argumento de revisitar métodos e processos de intervenção bem como os modos de habitar que representam. Esta é também uma oportunidade para aprofundar o pensamento que à época se formulava sobre as áreas suburbanas, áreas essas que atualmente se diluem mancha de expansão urbana, nem sempre da melhor forma.
NARRATIVAS DA HABITAÇÃO: (RE)VER E (RE)IMAGINAR
Paula André
No âmbito das Unidades Curriculares de 'Cultura Arquitectónica' (1.º ano), 'Lisboa: rupturas e continuidades' (4.º e 5.º anos) e 'Teoria e História da Arquitectura V' (3.º ano), os alunos encontram-se a realizar trabalhos que têm como principal fonte primária de pesquisa os Arquivos da RTP com vista a seleccionar para análise e estudo noticiários, séries, programas, entrevistas sobre o tema da habitação emitidos entre 1959 e 2019. Espera-se que no final resultem: atlas e vídeos que revelem narrativas visuais difundidas na RTP no arco temporal em análise; propostas idealizadas pelos alunos; ensaios que reúnam os discursos dominantes seleccionados e os eventuais contra discursos prospectivos dos alunos.